sexta-feira, 1 de abril de 2011

IP8 em maus azeites

Um olival com 700 hectares (o equivalente a cerca de 1000 campos de futebol), que ganhou o prémio para melhor azeite maduro frutado do Mundo, vai ter a sua exploração cortada ao meio pelo Itinerário Principal nº 8 (IP8), que ligará Sines a Beja.
As perdas associadas ao corte da exploração traduzem-se não só na extinção de 6000 árvores, como de uma parcela de terreno com 3 Km de comprimento por 80 metros de largura. Também a viabilidade económica e ambiental da Sociedade das Taipas (empresa que explora o olival) podem ser afectadas, já que o novo traçado poderá comprometer o prestígio já conseguido junto dos importadores, que, segundo um dos responsáveis da empresa, "são extremamente exigentes" com as condições ambientais da produção.

Para além disto, a gestão do olival terá que ser feita nos dois lados da estrada. O cheirinho a tubo de escape com certeza que dará outro gosto ao "melhor azeite do Mundo". Os números de sucesso não mentem. Em 2010, a empresa exportou, para 18 países, quase 90% das 800 toneladas de azeite produzido em lagar próprio. Os principais importadores encontram-se em Inglaterra, Noruega, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Brasil, China e Estados Unidos da América. Enfim, crie-se endividamento e construam-se mais estradas para os desempregados deste país passearem. Numa altura em que se fala tanto de crise e na prioridade que se deve dar às exportações, não estamos em condições de dispensar um dos nossos bens mais preciosos - a produção nacional. Por um menor défice de produtos nacionais agrícolas, por mais azeite e menos alcatrão, assinem a petição pública aqui.

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